sábado, março 27, 2010

Se isso ocorrer, se houver a partidarização da luta, o dirigente perde a condição de representar toda uma classe.

Um erro: a partidarização das organizações representativas de classe!

Esse é o grande problema das manifestações de classe. Não se deixar macular pelo viés político. Os dirigentes de uma categoria profissional NÃO devem, no exercício pleno de suas atuações em prol das reivindicações da classe que representam, relegar o Essencial – A LUTA PELA MELHORIA, seja salarial ou de condições de trabalho – pelo viés político, pela sedução de servir a qualquer poder, o vigente ou o que pretendem que seja.  
Se isso ocorrer, se houver a partidarização da luta, o dirigente perde a condição de representar toda uma classe, pois ela é composta por milhares de pessoas que têm opções políticas diferentes ou até mesmo não as possuem, preferem o apartidarismo. E essas pessoas, especialmente os professores, que são pessoas intelectualizadas não vão, certamente, assentir em ser apenas "massa de manobra" na mão de "líderes" insensatos.
Recentemente vimos declarações de milhares de estudantes que estão decepcionados com o rumo que tomou a UNE, outrora uma entidade respeitável, com um passado impecável, ora mero aparelho do poder atual. Muito triste ver o que aconteceu com a UNE. Pois foram organizadas diversas associações de descontentes que não aceitam mais ser representados por uma organização liderada por um "estudante profissional"!
A luta dos professores é mais do que justa, precisam de bons salários, de reconhecimento e dignidade em suas profissões. E exatamente pela condição de mestres não deveriam infringir a lei, realizando ato em lugar incompatível, ferindo o direito de terceiros, com risco à saúde dos doentes que estavam no local. Assim, perdem a simpatia popular e a razão.
Fui professora em toda a minha vida profissional, dentro da sala de aula, desde o nível da antiga escola primária pública até o universitário. Quase quarenta anos sem interrupções! Na foto sou eu, em 2003, com os alunos, no Núcleo de Prática Jurídica, onde fui professora-orientadora.
Diana Esnero

quinta-feira, março 25, 2010

Abaixo a ditadura do pensamento único!


Sobre o post abaixo, publicado no Blog ScriptuS e muito bem articulado, temos a lamentar que o "nosso" ponto de encontro democrático, aberto, o TWITTER, onde conhecemos pessoas e trocamos idéias sem quaisquer limitações, esteja sendo invadido de forma tão abrupta e grosseira para cercar a liberdade de opinião, de expressão.
Estamos em 2010, o mundo em plena tentativa de superação de impasses e injustiças sociais, uma quantidade enorme de pessoas comuns e cientistas trabalhando para salvar Gaia, o nosso planeta, esforços de todas as partes para ajuda mútua nos terremotos e catástrofes que abatem o mundo, ou seja, no momento em que o mundo supera espaços e conceitos excludentes e que a solidariedade passa a ser o motor principal, vemos logo aqui, em nosso Brasil, uma tentativa absurda de impor a ditadura do pensamento único!
Por favor, senhores e senhoras autoridades, entendam que o poder não emana de vocês e é transitório. A nação já sofreu muito em passado recente e somos um povo que não aceita terrorismo mental ou físico. Temos muitas mazelas, mas o povo se mantém alegre, basta ver as suas múltiplas formas de manifestação cultural, artística. Nossa gente possui uma resiliência fantástica!
Nãos e esqueçam que vivemos em um ESTADO DE DIREITO, um estado juridicamente organizado e obediente às nossas próprias leis. Ou não?
Diana Esnero

quarta-feira, março 24, 2010

Ponto de Mutação – Mudança de Paradigmas

Ponto de Mutação – Mudança de Paradigmas
A minha geração foi fortemente influenciada pelos teóricos da chamada esquerda, pelos socialistas e os comunistas. Digo "a chamada esquerda" porque não consigo mais identificar os ideais daquela época naquilo em que se converteu a "esquerda" de hoje, especialmente aqui no Brasil, onde adotou todas as práticas que condenava e pior, aperfeiçoou, numa velocidade tão espantosa e com uma articulação e logística tão bem feitas, que se não fosse o refinamento da mídia e a liberdade de imprensa (apesar dos percalços tipo censura ao Estadão e a insuportável campanha atual da ditadura do pensamento único) adicionada à coragem de juízes de primeira instância, promotores e delegados, estaríamos como Carolina, a do Chico Buarque, onde o tempo passou na janela e só ela não viu.
Participei ativamente de movimentos estudantis na adolescência e juventude, nos grêmios estudantis e diretórios acadêmicos. Sonhávamos que a riqueza de uma nação era para ser distribuída de forma equânime entre todos os cidadãos. A desigualdade de renda e as injustiças sociais que vivenciávamos sempre foram debates prioritários durante as décadas de 60 e 70, em que passei pelo ensino médio e universitário (pela primeira vez). Não havia grêmio estudantil ou diretório universitário onde as discussões acaloradas e as idéias não brotassem de forma intensa e espontânea em cada um de nós. E estávamos vivendo um momento político conturbado. Alguns saíram dos palanques estudantis e da repressão nas passeatas e reuniões abertas para o movimento de luta armada. Não vou discutir as razões de escolha de cada um. Muitas dores e desencontros se passaram. De ambos os lados.
Com toda a certeza José Serra e Dilma Rousseff estavam na luta contra a ditadura militar, cada um com suas opções. Portanto, é ridículo falar que um é de esquerda e o outro não, a menos que esquerda signifique ou significasse apenas a luta armada e excluísse as demandas sociais participativas e o comprometimento em ações afirmativas de idéias! Quando a realidade se sobrepôs, passamos um hiato triste na história em nosso País no que se refere às liberdades de expressão e direitos individuais e coletivos. Mas não posso ignorar algumas conquistas na infraestrutura. Seria hipocrisia. E vimos o mundo assistir em estado de graça a queda do Muro de Berlim e a consequente decaída do comunismo como um regime que fracassou em seus ideais, pois nada de igualitário foi o que se encontrou depois que os muros do leste europeu e o esfacelamento da outrora URSS se desvendaram em sua triste realidade para todo o mundo.
Infelizmente as idéias socializantes e benéficas sempre esbarram no individualismo exacerbado do ser humano. O exercício do poder é o maior teste de caráter que alguém pode viver. Da realidade à megalomania, da sensatez aos eflúvios ardentes que o poder conduz consigo, poucos escapam. Vale ressaltar que os grandes ideólogos ditos de "esquerda" eram todos burgueses. A enorme evolução das comunicações, fazendo do planeta um quarteirão de rua, faz com que as informações mais detalhadas circulem na web e ganhem o mundo. Mais uma vez os muros caíram.
Acho patético, por exemplo, ver um grande literato de nosso tempo que se afirma comunista e ateu, viver confortavelmente, em sua casa paradisíaca, em uma ilha quase particular, sorvendo dos prazeres que o muito dinheiro que ganhou lhe pode dar, sem dividir com ninguém. Ao mesmo tempo, convivo com pessoas humildes, que trabalharam duramente por toda a vida, contribuindo para receber uma miserável aposentadoria do INSS e que se assumem conservadoras! E ainda fazem trabalho voluntário e dividem o pouco que têm.
Digo sem qualquer receio que considero que a análise de alguns ex-militantes é a melhor feita sobre os acontecimentos relativos à luta armada da época. Tudo desestruturado e sem buscar as bases do apoio popular. Objetivos estranhos entre os vários grupos. Davi competindo com Golias, mas sem o amparo bíblico, um lutador de vale-tudo versus a suavidade de um bailarino clássico. Não dá! Para mudar o mundo, já se disse, é necessário e suficiente que os diversos atores da História o queiram. Ninguém pode se autodenominar o "salvador da Pátria" ou ter a pretensão de ser o oráculo das decisões de uma nação ou povo. Precisa combinar com a população, não é decisão de um único ou de um grupo.
Já sei que muitos ao lerem este artigo surgirão com aquele comentário mais batido que roupa na máquina de lavar: todo esquerdista se torna na maturidade um conservador! Alto lá, não autorizo ninguém a classificar-me assim. A vida, quando intensamente vivida, deve ser refletida, todos os acontecimentos e idéias passam por transformações, não se trata de atravessar uma rua, da esquerda para a direita ou vice-versa. Não é revisionismo, mas a busca do equilíbrio necessário do amadurecimento. E tudo à custa de muita pancada.
Duvido que a grande maioria da população esteja satisfeita com o enorme lucro auferido pelos Bancos, pelos meros investimentos de capital, aqueles que produzem e multiplicam dinheiro sem os benefícios da oferta de emprego, da propagação de vagas de trabalho, dos benefícios sociais e trabalhistas, da justiça social, do recolhimento dos impostos (com carga absurda em nosso País) que sustentam a nação. Quando vejo um empresário que luta dia e noite, seja ele mini ou macro, que obtém o seu ganho pela produtividade de pessoas, acho admirável. Esse é um patriota!
Agora, não me classifiquem, não plantem em pessoas a etiqueta de direita ou esquerda num momento tão confuso do Brasil como o atual. Escândalos e mais escândalos, corrupção institucionalizada, tolerância e compadrio com as ações criminosas no Erário, alianças espúrias, joio e trigo misturados, indecisão de egos que não admitem a melhor percepção popular, cinismo com o sofrimento de quem morre pela liberdade em países ditatoriais, aliança com líderes externos comprovadamente paranóicos. Vou parar por aqui.
Parodiando o Ministro Joaquim Barbosa, penso que os nossos líderes políticos e até mesmo alguns jornalistas, sociólogos, filósofos e antropólogos deveriam ouvir com muito mais cuidado a voz das ruas, da multidão de brasileiros que não possuem condições de ler seus artigos e trabalhos e cuja única informação vem da televisão, do rádio, dos jornais populares que custam cinquenta centavos. Há no Brasil de hoje uma quantidade espetacular de Blogs bem escritos, com pesquisa cuidadosa e emissão de opiniões sem leviandade e vale pensar que cada um deles fala por um segmento da sociedade. O desenvolvimento sustentável, pela preocupação com o meio ambiente, com o futuro das gerações, a justiça social sem as mazelas das politicagens do clientelismo são os novos paradigmas. Andem de ônibus coletivo, tentem entrar nos metrôs nas horas de pico, tentem ser atendidos nos hospitais públicos ou postos de saúde, sentem ao lado dos caminhoneiros nas estradas, andem pelo sertão. Vão às ruas!
Conversando com a nossa gente, muitos se surpreenderão. Há um desânimo que me entristece em relação às eleições de 2010.  Muito descrédito em ações futuras efetivas que beneficiem o coletivo. Digo, estamos num momento de "turning point" e percebo que muitos estão amedrontados com o que possa vir e sua incapacidade pessoal restrita.
No entanto, vivemos em uma democracia, parece, e assim estou pronta para ouvir quem quer que apresente suas considerações. Reitero que as aspirações e os ideais de uma sociedade justa não se foram, ao contrário, estão mais vivos do que nunca, mas não sei mais quais são os meios mais eficazes e imunes aos lobos que espreitam os cordeiros com tanta gula.
Diana Esnero

As Mulheres e suas conquistas.

O amigo Dr. MARCOS SOBREIRA postou em seu Blog: http://blogdodrmarcosobreira.blogspot.com/no dia 22 de março de 2010, um artigo muito interessante sobre a mulher e suas lutas. O título é AS MULHERES E SUAS CONQUISTAS. Vale muito ir lá e lerBasta clicar no título. Fiquei tão entusiasmada que postei um comentário, que reproduzo abaixo"
Belo artigo. Conquistamos a nossa independência intelectual e profissional, mas penso que o movimento feminista exagerou ou não foi assimilado corretamente, posto que a mulher de hoje, para dar conta de todas as suas atribuições deve ser uma supermulher: excelente mãe, gerente operacional das tarefas do lar – as quais precisa completar ao chegar cansada depois de um dia cansativo de trabalho -, participar e cuidar do progresso estudantil de seus filhos, da saúde dos mesmos, profissional competente, pois a guerra no trabalho não é fácil (se um filho tem problemas e a mulher precisa se ausentar, é vista como relapsa), um amor de doçura e feminilidade (especialmente para o companheiro). Não ser chata em nenhum momento, não reclamar, nem propor discutir a relação. Raros são os homens que dividem as tarefas.
Um alto preço. Não defendo o retrocesso total, a volta aos padrões daquela mulher que vivia em inércia mental e subjugada e seus anseios, mas o que vejo atualmente são mulheres que na faixa do 35/45 anos já estão envelhecidas, cansadas e travam uma luta desigual em face das exigências contemporâneas dos padrões de beleza. E lá no fundo do ser sensível, vão se formando pequenos montinhos de dinamite pura, que um dia explodirão ou não. Dependem de tantos fatores! Defendo um olhar mais humanizado para a mulher, mas não nego que a "classe" é desunida. A mulher virou o carrasco da mulher!Hoje, as chamadas "periguetes", que sempre existiram, têm sua atenção ampliada e de forma aberta, escancarada a tumultuar as relações alheias. São apoiadas e incentivadas por uma parte da mídia e até mesmo de profissionais da área psicanalítica que incentivam o casamento livre de obrigações, as relações abertas. A solução, ninguém sabe, mas sem dúvida começa pelo maior amadurecimento do homem, pela sua compreensão de que começar um casamento ou uma relação a dois, requer vontade e determinação. Nós mães, devemos criar homens que fujam do estilo Peter Pan, que empreendam um esforço conjunto com sua companheira. Filhos não são feitos sem a conjunção de dois! E a palavra companheirismo, qualidade difícil de encontrar nessa época de individualismo exacerbado, significa muito, mas muito mais mesmo, do que apenas estar junto! Dolores Fernández – Blog Um Olhar Atento de Diana Esnero – www.dianaesnero.blogspot.com 

terça-feira, março 23, 2010

AMIZADE - Antoine de Saint-Exupéry

''Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante."
Antoine de Saint-Exupéry.
"E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."
COMENTÁRIO: Os seres humanos se esquecem das estrelas que lançaram no caminho e, principalmente, de quem buscou cada estrela, cada luz, como uma dádiva de amizade e promessa de não estar só nesse mundo. As pessoas carentes e sozinhas incomodam, dizem os homens em geral. Nesse mundo de relativismo e exacerbação do individualismo, ler Antoine de Saint-Exupéry chega a ser piegas para alguns. E os mais desvinculados da solidariedade se dão ao desplante de julgar que gostar de seus escritos tão sensíveis é prova de que seu nível de leitura está abaixo da crítica. Tolice pura. Ora, não é sempre que estamos preparados para chorar com Isaac Bábel lendo "A Cavalaria Vermelha", mesmo sendo obra de gênio e com tanto lirismo. Há dias em que a alma precisa simplesmente planar, pairar por sobre as rosas, esquecendo-se dos espinhos. Mas onde buscar o conforto do aconchego humano senão naqueles que em algum momento nos deram as mãos. Será que eles se perderam? 

Artesãos da palavra e do sentimento

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!"

FLORBELA ESPANCA

Rio de Janeiro, Maravilha!

Rio de Janeiro, Maravilha!
O sol se pondo e o Morro Dois Irmãos ao fundo! Beleza!

Meu papel de parede!

Meu papel de parede!