quinta-feira, março 18, 2010

Microcontos

Em nosso conto houve um ponto de desencontro que impediu o encontro que não contou e nos fez tontos e tudo em nós desandou nesse microconto.

segunda-feira, março 15, 2010

Almodóvar

Almodóvar

O meu querido amigo e grande poeta Nei Duclós publicou em seu Blog Outubro - http://outubro.blogspot.com/ uma belíssima análise criativa do trabalho deste grande cineasta espanhol sob o título ABRAÇOS PARTIDOS: A GRANDE ARTE DE ALMODÓVAR. Vale a pena conferir no link: http://outubro.blogspot.com/2010/03/abracos-partidos-grande-arte-de.html. A excelência do artigo fez com que eu postasse o seguinte comentário:
Excelente crônica sobre o filme e Almodóvar. Nei, o que acho mais brilhante em Almodóvar é que ele consegue captar e colocar nos seus filmes toda a passionalidade do seu povo. A força com que lidam com as emoções. Coisa que aqui no Brasil desaprendemos, pois ao fazer cinema, poucos se afastam do maniqueísmo. E Almodóvar junta drama, comédia, non sense, perplexidade em apenas um único filme. Sem falar no fato de que, através dos seus filmes, ele criou uma escola de atuação de atores e atrizes que aceitaram o desafio dos seus diálogos e roteiros e se entregaram de alma. Os sucessos extrapolaram a Espanha. A linguagem estética de Almodóvar tem hoje reconhecimento mundial. Mostrou ao mundo que a Espanha é muito mais do que touradas. É um universo complexo de cinco nações que se mesclam, apesar das diferenças.
 Sou admiradora do trabalho deste cineasta que construiu uma linguagem própria, especial, de retratar o seu País. Pedro Almodóvar Caballero nasceu em Calzada de Calatrava, em 24 de setembro de 1949. Há controvérsias sobre o ano de nascimento (49, 50, 51?). Em algumas biografias é mencionado o fato de que Almodóvar nunca pôde estudar cinema, pois nem ele nem sua família tinham dinheiro para pagar seus estudos. Almodóvar passou a infância, e grande parte da adolescência, numa região muito pobre. Seu trabalho como vendedor de um mercado de pulgas madrilenho (mudou-se para a capital em 1968), ainda o impossibilitava financeiramente de estudar cinema. Outro obstáculo nessa época era o regime ditatorial de Franco, que fechou as escolas do ramo. Antes de dirigir filmes foi funcionário da companhia telefônica estatal, fez banda desenhada, ator de teatro de vanguarda e cantor de uma banda de rock, da qual participava travestido. Foi o primeiro espanhol a ser indicado ao Oscar de melhor diretor. Seus filmes trazem a temática da sexualidade abordada de maneira sublime. Nunca escondeu sua opção sexual, mas sempre tratou do assunto com extrema delicadeza.
Almodóvar, ao lado do mestre Luis Buñuel – ainda o maior nome do cinema espanhol, falecido em 1983 – e de Carlos Saura, compõe o que de melhor há no cinema espanhol.
É difícil escolher qual é o seu melhor trabalho. Seu primeiro grande sucesso mundial foi o ótimo "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos", indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e que teve seu roteiro (escrito por Almodóvar) premiado no Festival de Veneza e projetou o ator Antonio Banderas. Após o estouro mundial desse filme, o cinema mundial abriu os olhos para os trabalhos anteriores de Almodóvar, onde há jóias preciosas. Por exemplo, "Maus Hábitos", de 1983.
Com certeza, ele ainda nos brindará com outros ótimos filmes e sua singular maestria de interpretar o seu País.
Diana Esnero

Nós somos pessoas normais como vocês

Nós somos pessoas normais como vocês
Eu comecei a construir o meu blog em meados de 2008 num momento de vida difícil para mim, pois a doença de Alzheimer de minha mãe, diagnosticada desde 2006, teve um recrudescimento nesta época. A partir dessa constatação, quase não saio de casa, mesmo contando com ajudante doméstica em parte do dia, pois eu me tornei o único elo dela com o mundo real. E quem é cuidador de Alzheimer sabe que o convívio familiar e o carinho são essenciais para conter o avanço da doença. Com a retenção em casa, as leituras e estudos, especialmente nos momentos de vigília na madrugada, passaram a ser meus grandes companheiros. Mas nesta reflexão o tema não é a doença de Alzheimer, que pretendo abordar em outra ocasião.
Bem, após um início em que postei pouca coisa – a maioria poesias feitas por mim e reproduções de trabalhos de Grandes Poetas -, retomei em 2009 com toda a vontade! Com a intensificação de minhas postagens, reconfigurei o blog, acrescentando widgets, gadjets e revelei o meu perfil pessoal por completo, adicionando a minha foto. E procurei divulgar o endereço do blog, não almejando qualquer tipo de reconhecimento, mas objetivando, principalmente, dividir com quem se interessasse as minhas impressões da realidade que nos cerca, os gostos multifacetados, as minhas perplexidades. O meu blog não é um site puramente autoral. Nele estão inseridos diversos artigos, poesias, músicas, reflexões cristãs, notícias científicas etc., que não foram produzidas por mim, embora eu as endosse ao postá-las. Ou seja, na página estão minhas percepções, gostos, sensações, alegrias, tristezas, aprendizado, momentos de êxtase e de indignação, enfim, a Vida!
O aumento da minha demanda de posts coincidiu com a minha adesão irrestrita ao Twitter, veículo que considero muito mais de informação e expansão de idéias, de trocas intelectuais de excelente qualidade, do que propriamente de contatos de nível social. Essa é uma característica do Twitter. Lá se encontra de tudo, afinal o veículo é acessível aquém quer que queira se inscrever. Vai-se da mais rasa informação inútil, fofocas de celebridades etc. – para quem os segue – até links que nos remetem a informações do cotidiano, análise de fatos, resenhas editoriais, ciência, filosofia, indicações de músicas, livros, boas mesas de discussão sobre os assuntos mais relevantes do país e do mundo.
Através do Twitter, tive o prazer de conhecer muitas pessoas que também publicam blogs das mais variadas tendências. E fiquei impressionada com a quantidade de bons blogs apologéticos, de doutrina e fé e muitos escritores de extrema capacidade que são desconhecidos da mídia e jamais tiveram material publicado. 
Tenho por princípio pessoal ler sobre qualquer tema analisando as opiniões a favor, as contrárias e as duvidosas. Entendo que somente agindo assim eu posso, confrontando com as minhas convicções, elaborar um pensamento crítico não corrompido. Observe-se que as poesias por mim escritas, sob o pseudônimo Diana Esnero, abordam os sentimentos nelas envolvidos, de forma real, franca, em todas as suas nuances. Não limito quaisquer expressões, entendo que o pudor excessivo é entrave mental e provoca a supressão da realidade. Porém advirto que, longe de comparar-me ao grande Fernando Pessoa, vale o que ele escreveu:" O poeta é um fingidor. Finge tão completamente.Que chega a fingir que é dor . A dor que deveras sente.




E é esse Amor tão grandioso que nos fornece as forças necessárias de buscar a adoração de Deus em espírito e verdade, percebendo os nossos erros, hesitações e modificando o nosso comportamento naquilo que não agrada ao Pai. 
Bem, finalmente, o assunto temático: ao me dar por conhecer por meus textos e minha convicção cristã, houve um estranhamento por parte de algumas pessoas, as quais não entenderam que alguém que se declarasse batista, cristã-pensante, estivesse tão à vontade em seus textos poéticos e análises desassombradas do cotidiano, expondo sensações que estas pessoas consideraram como "proibidas" para quem se assumia assim, postar músicas ditas" do mundo", que horror, dizem alguns!
Nada mais enganoso, somos todos humanos, já postei um texto no Blog em Reflexões Cristãs, no dia 06 de fevereiro de 2010, de título "Cada um é único" onde sucintamente narro a experiência do que considero o Grande Encontro. Mas o que desejo dizer é que não nasci em uma família evangélica, bem longe disso, do lado paterno há heranças ciganas, e minha conversão somente ocorreu aos 33 anos de idade. Ainda vou contar essa história em detalhes.
Enfim, sou humana, já amei, me apaixonei, tive ilusões, fui feliz e infeliz, cometi meus enganos e tenho meus momentos de alegria, mas também de árido deserto, mormente quando leio algumas notícias de jornais ou presencio, como advogada, as brutalidades e injustiças da vida. Fico com raiva sim, sou humana! É complicado sorrir diante da miséria, do abandono, da criança e do velho deixados ao relento, das costas viradas para aqueles que apenas pedem para serem ouvidos!
Penso que as emoções nos mantém vivos, gosto de cinema, teatro, música, estar com amigos de todos os credos e opções de vida, pois o mais importante é entender a mensagem que Cristo nos deixou, entre tantas: AMOR! E nada pode nos separar do Amor de Deus!
Compreender os loucos e os fanáticos, os arrogantes e humildes, os fortes e os fracos, os julgadores e os abençoadores! Jamais julgar! Isso é uma busca e exercício diários, educando o nosso ego.
Conhecer a Verdade e sentir-se libertado por essa Verdade! Sobre esse aspecto sou convicta! Independente de qualquer coisa, o importante é amar ao próximo como a si memo. E isso não é nada fácil em algumas ocasiões! E é essa realidade que me dá forças de levantar, a cada dia, sem revolta, e cuidar de minha mãezinha, tempo integral, em estado avançado da Doença de Alzheimer, não poder sair de casa nas horas em que tenho vontade, ter deixado meu escritório profissional, estar vigilante nas obrigatórias horas sem dormir, em vigília do sono dela.
Mas não houve mágicas. Houve um Encontro Essencial! Todavia eu não deixei de ser humana, busquei outras ênfases, e cito como referência, um excelente artigo que já postei no meu Blog – O Difícil Caminho do Meio -, escrito pelo meu querido amigo José Barbosa Junior, editor do site "Crer é também pensar" – www.crerepensar.com.br, quando ao final, após um parágrafo inspirado ele cita os versos de Guilherme Arantes.
"Quero caminhar no difícil caminho do meio, mesmo sabendo que isso não é o que esperam de um “teólogo”. Quero poder dizer que “não sei”. Quero poder chorar quando não tiver uma resposta. Quero sorrir ao descobrir a resposta vindo de onde menos se espera. Quero aprender com as crianças, com os poetas, com as mães que sofrem injustiças, com a gente simples que Deus, em sua imensa graça, me der o privilégio e a honra de pastorear. Quero a dúvida como companheira por muitas vezes, porque sei que só em meio à dúvida é que brota a fé. Termino com minha profissão de fé, que me permito “copiar” de Guilherme Arantes:
“E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho;
Como eu sou feliz, eu quero ver feliz;
Quem andar comigo, vem...
Agora é brincar de viver!”
Creio que agora quem mostrou certo estranhamento, perceberá que as trocas são possíveis e que em mim habita um ser pulsante, reflexivo, atento, perplexo, comum, como todos são. O segredo da vida? Não sei de todos eles, são muitos. Mas o caminho me mostrou alguns e certamente um deles é não permitir que os pré-conceitos anulem a nossa capacidade de amar o próximo. E permitam oferecer-lhes, em reforço, um texto brilhante deste Pastor Poeta, Ricardo Gondim, no seu artigo "Viver não é suficiente", www.ricardogondim.com.br:
              "Quem deseja viver de verdade precisa aprender a inspirar os crepúsculos, a enamorar-se das noites, a morgar em feriados chuvosos, a dourar farofa para uma comidinha dominical, a recitar poesia e rumorejar os sentimentos do poeta.
Quem deseja viver de verdade precisa contentar-se em nunca resolver os enigmas do porvir, a rota dos labirintos, o caminho da serpente sobre a pedra, e a rota das andorinhas que anunciam o verão. Viver é dar de ombros para as respostas imprecisas e para as explicações semiplenas. Quem vive navega em rotas inéditas e portos inalcançáveis; sabe que o destino é insólito."
E repito a apresentação do meu Blog:
Cada um de nós observa o mundo diante de suas próprias perplexidades. E também de sua sensibilidade. O mundo me fascina e sou observadora cuidadosa e atenta. A poesia e a dor da realidade. A música e o silêncio que tanto serve para meditar como para ensurdecer os sentidos. Um pouco de mim, muito de todos nós, basta querer revelar, com enorme sutileza. Minhas leituras, meus sons, minhas impressões, tudo ofereço a vocês, se assim o quiserem.
Diana Esnero – Dolores Fernández                

Artesãos da palavra e do sentimento

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!"

FLORBELA ESPANCA

Rio de Janeiro, Maravilha!

Rio de Janeiro, Maravilha!
O sol se pondo e o Morro Dois Irmãos ao fundo! Beleza!

Meu papel de parede!

Meu papel de parede!