Novos gostos, novos sabores e a vida continua inclemente, outra vez arisca, diante de mais uma tentativa de afeto, seja bem-vindo, sempre.
As dores, as lágrimas, há pouco sentidas, novamente são guardadas, na esperança de que não mais sejam necessárias, que as coisas sejam mais leves.
Que tristezas passadas possam permanecer para sempre ignoradas, não por orgulho ou despeito, porém pela absoluta obrigação das forças primárias de equilíbrio.
Recrudescem os sentidos, os gostos, alinham-se outra vez os hormônios, atentos ao primeiro sinal de fervor, empertigados, solícitos, prontos para o desfrutar.
Reina outra vez a magia dos cheiros, do peculiar aviso da presença, pelo perfume irresistível do corpo amado, singelo e excitante.
Atravessar novamente ruas e avenidas movimentadas, de tráfego feérico, igualmente perigosas, mas essenciais e deliciosas de serem percorridas, uma por uma, cada passo.
Renascer para o fogo da paixão, dos tremores que se querem, dos olhares que incendeiam, de cada nova descoberta do outro, dos encantos a desvendar.
Ritmo da lida, da vida, vívida e vivida, transmutação do cotidiano, força básica, essencial, oxigênio puro, inconteste da renovação primordial.
Diana Esnero