Despedida de Crepúsculo
Meu amor tardio, essa é minha canção e homenagem de despedida, totalmente merecida por ti.
Devia ser proibido acontecer um encontro assim, tão intenso e maravilhoso, num momento de crepúsculo e compromissos inadiáveis.
Teu olhar, tua voz, teu sorriso franco, desabrido e cheio de entusiasmo jamais deixarão de me acompanhar.
No entanto, meu amor, entenda que eu preciso me poupar desses arroubos, da vontade louca de deixar tudo para trás.
E te acompanhar nesses devaneios nossos tão reais, olhares, beijos, silêncios, emoções, lágrimas de alegria em tanta identidade.
Nossos passeios nos Jardins das Orquídeas, nossas conversas noite adentro, nossas mãos se tocando suavemente, tua poesia até para dizeres: não!
Por que chegastes tão tarde em minha vida? Eu sei que não concordas comigo, que julgas ser covardia minha, perguntas pela cigana e guerrilheira...
Desistir assim de algo que tu chamas de encontro aberto e que custei a entender em teu significado tão sutil, fruto de tua absurda criatividade.
Perdoa-me meu amor, mas tenho medo, muito mesmo, essa emoção repetida pela segunda vez em minha vida, ainda mais forte,
Temo sucumbir se os sonhos cessarem, não sou mais criança, bem sabes de minhas dúvidas e angústias, das impossibilidades reais ou não...
E eu não conseguiria resistir muito tempo mais em minhas convicções, conquistadas com tanta dor, tu bem o sabes, nosso clima esquentou demais...
Serás sempre um amigo querido e especial, todavia preciso deixar-te ir, buscar outros caminhos talvez mais livres, ainda longe do crepúsculo, mesmo com tanta luz!
Desistindo dessa perfeita comunicação intelectual e sentimental, que tanto nos surpreende e nos deixa maravilhados, extasiados, que nos faz rir e brincar como crianças...
Meu lindo e maduro amor, bem sabes que não pertenço mais apenas a mim, e assim não posso pertencer a ti, a nós!
Chega a ser inacreditável fugir da tua encantadora liberdade de existir, especialmente eu, protagonista de tantas lutas nesse caminho...
Amor de verdade existe sim, mas às vezes, perfídia do destino, ele chega muito atrasado em nossa vida.
Por que não chegastes bem antes, quando eu ainda podia decidir apenas por mim, por nós? Por que?
Diana Esnero