sexta-feira, março 05, 2010

Pequena crônica do pensar, um impasse...

Pequena crônica do pensar, um impasse...
Tenho saudades de minha própria presença, de minha alma, de minha anima. Marcho ausente de mim, ausente da vida. Muitas vezes, a realidade se distancia e atropela o nosso caminhar. Ou deixa de empurrar. As coisas tornam-se difusas, o mundo ao redor, apenas um parente distante, daqueles que nunca aparecem para nos visitar e jamais sentem a nossa falta, ou sequer a percebe. Não estamos inconscientes, nada disso, percebemos a flutuação das vidas em torno de nós, como um álbum de retratos, está tudo ali registrado, mesmo estando tão longínquo.
Quero ser amiga de mim mesma, no entanto, está difícil. Demais. Ponto de mutação? Nem sei dizer. Apenas permito que os fatos se sucedam, na sua insuportável monotonia de repetições e obrigações diárias, protocolares ou não.
Não deixo de sentir, as percepções não se foram, apenas se acomodaram, tentando parecer afastadas. A nuvem que me envolva, de tão intensa, ao final, de certa maneira, também me protege. Uma mistura perigosa de mal e bem, de envolvimento e fuga, de rompimento e absorção.
Precisa-se de alguém? Não sei dizer! A bolha se romperá, com certeza, ou não, por si própria, pelos movimentos inevitáveis, pelos voleios do corpo, que sempre pressiona, que não aceita devoluções, que rebate a vida no ar, com a mão estendida, sem tocar na quadra-alma, como um jogador, ou então, pelas notícias que chegam do mundo, o qual parece distante, como em um universo paralelo. Mesma realidade, planos diferentes, tempos passados e futuros.
Tenho sonhos, nas poucas de horas de dormir, intensos, movimentados, cheios de acontecimentos inusitados, tudo em oposição à vida! Quanta contradição, quantos desejos reprimidos, sonhos guardados, encaixotados lá no fundo do porão, quase espirituais. Nesses sonhos eu não me divorcio de mim, sou a heroína de todos os contos, estou sempre presente, protagonizando as melhores sensações. Tudo se torna tão bom, que acordar é uma dor forte demais!
Par onde fugir? Em qual direção ou sentido? Vou divagando assim na minha solidão sem saber, na verdade, onde estou exatamente agora!

Diana Esnero

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"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!"

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