terça-feira, fevereiro 16, 2010

Observando...


Uma das grandes polêmicas da vida contemporânea situa-se no falar ao emitir opiniões sobre algum assunto, geralmente controverso, que esteja em voga. Basta alguma pessoa pública ou até mesmo pessoas não tão famosas dentro de um contexto social expressar o que pensam e o que ocorre logo a seguir é uma torrente de comentários que vão desde a indignação educada e justificada até o baixo nível no linguajar e na inconsistência das idéias.
Nessa nova era da comunicação massificada via web, blogs pessoais e coletivos, Orkut, Twitter, Facebook, MSN etc., há enorme descompromisso com a reflexão. Todos nós estamos sempre buscando avidamente novas informações que se sucedem em uma velocidade impressionante, é praticamente impossível acompanhar todos os segmentos de notícias e assuntos.
Dessa forma, cada um procura os sites que lhe dizem algo ou exatamente lhe instigam a reflexão. E não se pode perder tempo com conteúdo que não faça parte de nosso interesse mais próximo, sob pena de perdermos alguma informação ou opinião relevante sobre os temas que nos interessam de fato.
Nessa vertente, eu não consigo entender a grande enxurrada de comentários grosseiros, vazios de argumentação que encontramos em relação a trabalhos e idéias postos na web. Por exemplo, eu não me interesso por fofocas de vida de artistas ou celebridades, logo, passo batida pelas chamadas que conduzem a essas notícias. Mas, nesses dias, um determinado título mexeu com a minha curiosidade e me fez clicar no link relativo à recente separação de dois ex-BBBs. Qual não foi a minha surpresa, após ler a matéria, deparar com inúmeros comentários do tipo: "Veja que grande assunto, como se perde tempo com besteira!...; "Mas que notícia relevante, o mundo não poderia viver sem esse esclarecimento ou essa matéria".
Ora, ora, quem vai até ela, a reportagem, sabe exatamente o que vai encontrar, a amplitude e profundidade do assunto, logo, não compreendo os comentários esdrúxulos e jocosos. Eu li, absorvi no momento e segui em frente, nada a dizer!
Quando leio entrevistas com escritores, compositores, pessoas que possuem contribuição intelectual a oferecer, é óbvio que vou refletir sobre as mensagens contidas em cada resposta, nas idéias lançadas, sejam elas do meu agrado ou não. E somente vou buscar indivíduos e assuntos que me falem ao interesse pessoal, que possam esclarecer, contribuir para eventuais formulações futuras.
Caso alguma opinião me desagrade somente vou postar algum comentário após uma criteriosa análise de minha imprecisão, suspeição ou incerteza. Na mesma linha de raciocínio, se o sujeito não gosta de poesia, de literatura e suas várias expressões de comunicação de arte, por qual razão tem o trabalho de entrar num blog ou num site específico e desanda a fazer comentários absurdos, estúpidos e pior, para quem entende um mínimo de arte literária ou da escrita da língua portuguesa, observações que atingem o limite do néscio!
Se não consegue construir sua própria obra pessoal ou não tem nenhuma crítica embasada em proposições que possam contribuir para uma discussão madura e pertinente, não seria bem melhor, nada escrever e nos poupar de descortesias, inconveniências e sandices?

Diana Esnero

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"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade... sei lá de quê!"

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