Não sou tua flor, nem teus espinhos cravados cruelmente na pele
Se procuras culpados ou benesses a justificar quase tudo
Em nenhum dos casos estou eu ou até mesmo nós, individualmente
Precisas mesmo é decidires, pensares com clareza e sem dor
Nada do que dizes agora chega a mim, não me cala
Sequer atingem os meus brios pessoais, acusatórios
A vida e os tempos se sucedem por nós, apesar de nós
E em cada um estão as escolhas, achadas ou perdidas,
eleitas ou descartadas, decididas ou apenas absorvidas
Não tentes culpar a mim ou a ti ou a algo de nós dois
Afinal, não há razões para quaisquer julgamentos
Não somos mais um único ser, um só espaço, voltamos a ser mais do que um
Tudo pode ser breve, pode ser perene, por um longo tempo
Para que procurar palavras malditas
e dessacralizar todas as fantasias vividas?
Já basta a cada um de nós suportar tanta dor
Essa tortura insuportável de seu próprio fracasso
A conta de mais uma tentativa falida
Sejamos eu e tu, mais uma vez individualizados
Não permitas que tanta amargura nos contamine
E nos impeça de algum dia retornarmos inteiramente sãos
a do mesmo modo, exercitar com alegria a beleza e a dor de sermos Nós!
Diana Esnero
Olá,
ResponderExcluirgostei muito do texto poético.Sentido,filosófico,intrínseco
Parabéns!
Isabel Jesus
"Não sou tua flor nem teus espinhos"
ResponderExcluir"Tudo pode ser breve, pode ser perene, por um longo tempo"
"Afinal não há razões para quaisquer julgamentos"
Tu e eu sermos seres
Tão mais quanto sermos nós
Permita que nós sendo
Sejamos mais de nós sós
Quanta lucidez em tanto amor, D!