Cravastes estacas em meu peito? As dores serão tuas, muito mais do que minhas
Os sonhos e as promessas que me fizestes já não valem mais, efêmeras foram
No entanto são aquelas as palavras que me impulsionam a seguir adiante, longe de ti
Buscas o novo, como se o que tinhas não houvesse sido estreia em tua vida
Antes de mim, eras acomodado e frio, descrente das melhores sensações,
sem forças de luta, um grande homem em busca de sua própria história
Fiz-te meu herói, teu próprio herói, na capacidade que conheceste de ti mesmo, em que nunca acreditaste
Inaugurei tuas fases de sonhos, sacralizamos o nosso amor, ao mesmo tempo éramos e estávamos, desequilíbrio e harmonia, dicotomia
Porém não te inquietes, não fechei as portas para ti, não és meu primeiro naufrágio nos oceanos das paixões ou mesmo amores
Já naveguei por outros mares tão profanos, irreverentes, quase vulgares, já esquecidos
E a todos eles sobrevivi, com marcas fortes, cicatrizes de cortes profundos, que chegaram à raiz
Acostumei-me com os vendavais, aprendi a arte de fazer os sonhos esperarem calmos dentro de mim
Que vergonha é esta agora? Por que te admiras tanto? Podes ir, não coloquei arreios ou amarras em ti
Não tentes entender agora o que está acontecendo, longe de ser generosidade ou ponte, tudo é ambíguo, tudo é a vida
A melhor porção da existência não se perdeu, de mim não parte nenhum odor ácido, os atos febris não foram esquecidos
Aqui não há sequer o aroma de amor perdido, dos atos profanos, das alegrias e hálitos da nossa doce e quente alcova
Estarei aqui, a porta aberta, dançando sem quaisquer pudores aos sons das músicas das paixões, sagradas e profanas
Sem dilemas, sem sofrimento algum, apenas e tão somente te esperando voltar!
Lindo Diana. Adoro poesias assim. Lembram um pouco as que faço.
ResponderExcluirabraços. Carla Cardoso (@carlasc_lua)