A cada dia meu jardim interior floresce, sinto brilho em meu olhar.
Tudo parece belo e inquietante, como se amar fosse prazer e dor.
Olho para mim mesma e não me reconheço, na mulher plena que está diante de ti.
E lamento cada hora perdida na busca dessa vivência conjunta tão instigante.
Nas inúmeras horas que vivi sem ti, não te conhecendo.
Menino, criança, homem, amor, qual será teu real nome?
É tudo tão novo e intenso quanto a aflição das horas sem ti...
Teu sorriso lindo, tão espontâneo, teu cantar, tua dança envolvente...
Onde está a sensatez ou o medo que sempre nos aconselha a fugir dos reais sentimentos?
Como querer ter a vontade de fazer coerência cartesiana em meio a tanta emoção?
Cada momento vivido é uma cápsula de tempo guardada dentro do livro áureo da existência.
É possível fugir do amor? É possível fugir deste especial amor?
Se é assim, como entender tanta beleza na poesia e na música das grandes lembranças?
Amar-te assim me traz renovação e esperança.
A certeza de que viver pode ser tão surpreendente, diferente de tudo já vivido.
Revertendo a lógica das condições pré-estabelecidas e dos modelos aprovados.
Sim, com certeza quero cumprir esse sonho absurdamente real,
Que me faz renascer a cada dia, que rejuvenesce a mulher e a transforma em menina, criança, adolescente...
Mesmo sabendo que o temível momento da razão vai chegar e me fará refletir
E então, tristemente concluir que por mais belo e puro o sentimento,
Não somos livres nem suficientemente fortes para quebrar as barreiras do tempo e da lógica da vida.
E que não temos o direito de ter para si o que não está destinado para ser nosso!
E te ver partir sem nada poder fazer, senão transformar esse amor.
Guardá-lo encantado dentro de mim, intacto, mas sem poder agir.
Pois esse é o verdadeiro e puro amor
Diana Esnero
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